Arnaldo, Mutantes
Sou mais velho que Lívio e Carlão, assisti ao nascimento dos Mutantes quando eu tinha 17 anos (3º Festival da Record, 1967, acompanhando “Domingo no parque”, de Gilberto Gil). Sim, os Mutantes sempre foram ótimos. A saída de Rita Lee do grupo e sua carreira solo posterior deu a impressão, para muitos, de que Arnaldo e Sérgio eram nada. Bobagem total. As músicas posteriores de Arnaldo e o filme “Loki” são uma firme prova de sua importância musical e pessoal.
Sérgio pergunta, no documentário: quem é louco, Van Gogh ou nós? A pergunta é muito boa, desdobra-se em entender o que é a loucura. Uma resposta negativa: não é falta de capacidade intelectual, afetiva e humana. Freud já sabia disso quando registrou a preservação do estilo de Nietzsche em seus escritos posteriores ao acesso de loucura. Nise da Silveira já nos mostrara isso ao incentivar os internos da clínica Juliano Moreira a pintarem e desenharem.
No segundo disco dos Mutantes, existe uma música chamada “Qualquer bobagem” (acho que Tomzé é parceiro, não estou com o disco em mãos) que eu considero no nível de “Feitio de oração”.
Abraços: