Assim cresci…
Nos fins de tarde Íamos eu e minha mãe, Sacola do lado, Comprar um peixe.
Sentar ali, ver o Sol cair… Ao fim da tarde Esperar o pescador Chegar do Mar
Escolher o peixe, comprar, Ouvir conversa de pescador Saber como andava o Mar, Se violento ou calmo.
Se havia peixe em abundância Ou se a escassez os faziam voltar tristes Memórias da infância… A tarde caindo,
O peixe comprado, Voltando para o lar… Cozinhar o peixe, Servir o jantar
Assim cresci, Me fiz Ednar. Família unida, Mesa posta…
E o jantar: Batatas cozidas, pirão de peixe… Família reunida, Como é bom lembrar.
Fogão de lenha, Chaleira de ferro, café fresquinho, Broa de milho, Cuscuz, mungunzá…
Uma mesa farta: De amor e de pão. Meu pai, minha mãe… E meus irmãos.
Um cheiro de vida E uma saudade… De um tempo vivido Com felicidade
Que até hoje guardo No meu coração. Saudade, Quanta saudade…
(Ednar Andrade).
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