Boi
Pensava, às vezes, se não seria melhor viver alienado. Comer, dormir, trabalhar, trepar.
Postar selfies. Ave, Narciso! Frases de Clarice, que não são de Clarice. A felicidade das redes sociais.
Obedecer.
Falar pouco e baixo. Não ler ou escrever. Alegrar-se com o retorno ao grunhido e às cavernas. Não pensar, principalmente.
Refletir é muito perigoso!
Para suportar o real, remédios, igrejas, drogas, Facebook.
Um dia, ao recuperar-se de uma enxaqueca tenebrosa, descobriu que se transformou num dócil boi.
Muu!
Foi tudo que conseguiu expressar.
E viveu feliz para sempre.
Tácito: Vc já esticou mais e melhor a baladeira da narrativa, acho. Esse seu “muu” não me convenceu. Mas, no final, fiquei foi curiosa pra saber quem te inspirou esse boi. 😉
hahaha, curiosidade mata, menina!