Câmara Cascudo para a nova geração
Em julho passado completaram-se 31 anos de falecimento do mestre Luís da Câmara Cascudo, e nada mais justo do que relembrarmos a data, sugerindo algumas leituras, sobretudo para nova geração, que talvez desconheça essa figura tão emblemática e importante para a nossa cultura.
Historiador, antropólogo, folclorista biógrafo, cronista, jornalista… Câmara Cascudo passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor de Direito Internacional Público na Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Co-fundador e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras.
Começou o trabalho como jornalista aos 19 anos em “A Imprensa”, de propriedade do seu pai, e depois passou para “A República” e o “Diário de Natal” – nos anos 1960 já havia publicado quase 2.000 textos.
Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, especialmente de suas raízes populares, deixou uma extensa obra, inclusive o “Dicionário do Folclore Brasileiro” (1952), que Américo de Oliveira Costa considerou a sua suma etnográfica. Entre os seus muitos títulos destacam-se: “Alma Patrícia” (1921), crítica literária, obra de estreia; “História da Alimentação no Brasil” e “Civilização e Cultura”. Estudioso do período das invasões holandesas, publicou “Geografia do Brasil Holandês” (1956). Em suas memórias constam, “O Tempo e Eu”, “Ontem” e “Na Ronda do Tempo”.

Abstraindo um tanto da área etnográfica e folclórica, por ser hors concours, selecionamos cinco livros da vasta obra de Cascudo, composta por mais de 150 livros, para sugerir aos jovens que desfrutem da leitura do nosso maior escritor:
1: “Viajando o Sertão”. (Natal: Imprensa Oficial, 1934); 2: “História da Cidade do Natal”. (Natal: Edição da Prefeitura Municipal, 1947); 3: “Nosso Amigo Castriciano”, 1874-1947. Reminiscências e notas. (Recife: Imprensa Universitária, 1965); 4: ”O Tempo e Eu”; confidências e proposições. (Natal: Imprensa Universitária, 1968); 5: “Prelúdio e Fuga do Real”. (Natal: Fundação José Augusto, 1974).
Todos estes livros foram reeditados e são referências básicas para se conhecer um pouco da obra do mestre Câmara Cascudo, além da etnografia. Como bônus ainda indicamos outro livro – póstumo – “No Caminho do Avião”, notas de reportagem aérea (1922-1933), (Natal/RN: EDUFRN – Editora da UFRN, 2007). Como o próprio titulo já sugere, a obra é uma serie de reportagens feitas por Cascudo, que relatam a passagem de aviadores por Natal, na fase heróica da aviação civil. Dentre os assuntos abordados, o primeiro avião que pousou em Natal, a presença de aviadores italianos, e os voos memoráveis dos franceses, entre eles, o famoso Jean Mermoz.
Fica a sugestão de leitura para jovens e estudantes.
Oi Thiago. Excelente reportagem! Comecei a ler Câmara Cascudo, adolescente, com o ótimo: “Lendas Brasileiras”. “Pequeno Manual do Doente Aprendiz” me encantou quando eu já fazia o cursinho e “Vida Breve de Auta de Souza” me trouxe a mesma conclusão dos que o leram: Cascudo é um mestre!