Canto a Virgínia
Ela é Negra
Negra
Feita uma noite escura estrelada
Redonda e nua
como a Lua-de-Natal
A voz uma orquestra.
Passeia de Villa à banda reflexo.
Todos os recônditos da alma
brasileira ex-postos e aveludados
numa tenda anil
Um pranto virgem? – não!
Spiritual
Na voz a ancestralidade
Da mãe África.
A dor
As garras
A fome
O açoite
Negro quer cantar
Trabalha
Trabalha negro
Soa – sua
Nossa voz
pura
no mais recôndito do ser.
14 de março de 2010 – Dia da Poesia
Anterior
Lembrando Glauco