Contos de política do interior I, de Manoel Cavalcante
-Dotô, eu tô precisano
De ajeitar minha cozinha,
Levantar aquele muro,
O puleiro das galinha
E o sinhô fazeno isso
Vota a famia todinha.
Eita precisão danada…
Tem parede por pintar,
Essa sala por fazer
Esse bojo pra sentar,
Na verdade a casa inteira
Inda tá por terminar.
-Meu cumpade, me perdoe,
Não que eu queira ser grosseiro,
Mas eu só sou canidato,
E o sinhô, pra ser certeiro,
Está precisano aqui
De um selvente e de um predeiro.
Xilogravura: Rubem Grilo
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