DIANTE DO ABORTO (mulheres, homens, crianças)
A FSP noticiou aprovação preliminar de mudanças na legislação sobre aborto, incluindo legalização a partir de laudo médico ou psicológico sobre a mulher não ter condições de arcar com a maternidade.
Essa notícia me preocupa sob vários ângulos.
Ao evocar laudo médico ou psicológico sobre A MULHER, o legislador trata a gestação como problema dela. Os homens, já tão irresponsáveis em grande número, são ainda mais irresponsabilizados – ou têm a responsabilidade pela gestação sequestrada pela lei. A criança é apenas ignorada, tratada como objeto não-identificado.
As questões éticas e físicas do aborto são legitimadas a partir da voz científica (médico e psicólogo), deixando de lado dimensões outras de natureza social.
O jornal sugere a abertura para considerar toda mulher pobre como sem condições para arcar com a maternidade. O tema seria importante não como base para abortar e sim como ponto de partida para discutir a pobreza e o direito à maternidade (à paternidade e à vida da criança também) a partir de sua superação.
Sim, são questoes muito complexas e polêmicas. Seria bom pensarmos juntos sobre isso tudo.
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