O escultor do mercado
Numa calma manhã de quinta-feira, de baixo de um pé de pau e sentado sobre dois tijolos na calçada do Mercado Cultural de Petrópolis, um artista esculpe a cabeça de São Francisco.
Sempre sorridente, de roupa curiosa e um óculos mal encaixado, o escultor José Jordão diz ter 200 anos (mas na verdade tem 59) e concluí mais um trabalho entre piadas e pitadas de talco “para segurar o envelhecimento”.
O artista que diz já ter morado “em tudo quanto é canto de Natal”, levou muitas surras de cipó quando pequeno dizia querer ser artista.
“Um dia eu ouvi o nome Newton Navarro e perguntei o que ele era.
Me disseram que era artista, adorei e quis ser também”.
Começou no desenho e a vida ensinou as varias outras faces da arte. Trabalhou, ganhou prêmios mas não deixa de constatar o desaparecimento da cultura do artista.
“Os artistas perderam muita coisa nos últimos tempos.
Eu era decorador, escolia tapetes, luzes, viajava.
Agora isso é serviço de arquiteto”. diz Jordão.
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