Fragmentos
Por Ednar Andrade
Ei, estou aqui pensando em todo este silêncio; “Silêncio que a minha boca rejeita”. O ontem tem hoje, nisso, uma parcela. Ontem tanto, hoje nada.
E é o nada de hoje. Que me estrangula a quietude da alma. É assim que você precisa me ver: Andando absorvida deste jeito por mil pensamentos. Pareço uma fera que ruge, presa.
Agora, por exemplo, “a minha calma virou mar”; A minha lucidez foge totalmente. Olho-me no espelho do meu quarto. Minha fisionomia parece de uma mulher estranha,
Estranha demais para o sorriso dos meus olhos travessos. Hoje eu queria o meu ontem. Que maravilha! Repito minha frase: é quando pode dois, um ser.
Um pássaro, um pardalzinho desses, que tenho no quintal, Que bom! Eu queria ser, Pois só assim eu voaria para a tua janela.
Olhando nos olhos, no fundo dos olhos, Eu te diria baixinho Para ninguém ouvir que hoje me tiras a calma, Da mão a palma, o riso, a razão, da voz o som. Mas, diria também que tudo ontem foi bom.
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