Já vai tarde, 2016!
Eu sei que o ano ainda não acabou, mas eu preciso fazer minha retrospectiva pessoal e dizer que 2016 já vai mais do que tarde.
Aliás, 2016 começou a dar com os burros n´água lá pelos idos de abril. De lá para cá foi só ladeira abaixo.
E já que não é mais tão pessoal assim, uma vez que eu estou aqui dividindo com vocês, eu não vou falar somente de coisas pessoais.
Aliás, eu acredito que tudo é pessoal.
Não dá para dissociar uma opinião ou atitude do nosso corpo e mente e dizer ‘não é pessoal’ e daí se transformar numa gaveta ou numa berinjela e deixar de ser uma pessoa toda vez que falar o que se pensa.
Então, evitarei intimidades do tipo dizer que tenho intolerância a lactose, e o que acontece quando eu como comidas impróprias para um intolerante à lactose.
E por que que eu acho que 2016 já vai tarde? Seguem alguns singelos exemplos.
Donald Trump venceu as eleições nos Estados Unidos; e acredito que nessa muita gente vai concordar comigo.
Pessoas caçando Pokémon pelas ruas. Sem comentários.
E, esse não é um mal de 2016, grupos de WhatsApp. Afora os intermináveis ‘Bom dia’ que a gente tem que ler, agora tem também as correntes.
Eu já quebrei tantas que me sinto uma assessora direta da Princesa Isabel.
O ano do coque samurai
Coisas nada a ver do ano: o excesso de homem de barba grande e de coque tipo samurai, todos pensando que são o cara da Trivago (e não são); mulheres vestindo caudas de sereia (como assim? Uma síndrome tardia de Ariel?) e a Janaína Paschoal babando a “hashtag-alôca-simbólica-mãe-do-golpe-pelo-bem-das-criancinhas”.
Momento bem feito do ano: o salafrário do ‘Malafa’ revoltadinho com a condução coercitiva.
Frases do ano: Primeiramente Fora Temer, O choro é livre, Primeiro a gente tira a Dilma, depois tira o resto, Vai morar em Cuba.
Momento mais musical do ano, o Bob Dylan ganhar o Nobel de Literatura.
Momento mais poético do ano, o Nobel de Literatura ser para um compositor musical.
Momento mais a cara do Temer do ano, o ministro da Educação do Governo golpista receber projeto do Alexandre Frota para melhorar a gestão.
Momento do ano em que percebi que os empresários estão lucrando (e muito) com a crise: o quilo do feijão ultrapassar os oitos reais nas prateleiras dos supermercados.
Medos em 2016 que permanecerão em 2017: desemprego, crise, recessão, o Congresso Nacional, a rede Globo, os neo-pentecostais fazendo e aprovando leis, a bancada da bala e dos bois aprovando o uso de metralhadoras nas vaquejadas.
Frase fofa do ano: Tchau, querida.
Arrependimento do ano: muito pessoal, não vou falar. Mas acho realmente uma pena que o meteoro não tenha passado em 2016.
minha amiga é e sempre será uma mulher suculenta de paisagens verbais. lendo o que ela desfila como um refinado folhetim, o mundo por onde suportamos toda liquida exposição, se torna precioso e habitável.
Cgurgel
Pitada de humor porque ninguém é de ferro pra aguentar tanto tranco…