Lições de um andarilho
Para Armando Armero
Gostava da lua
– sem eclipse, advertia.
Gostava dos parques urbanos
das praças
da boa conversa.
Discorria sobre batalhas, conquistas,
ocupações e religiões.
Tinha predileção pela história ibérica.
Quase não falava de sua vida.
E quando citava uma desventura
pessoal, o fazia nem rastro de mágoa.
Não havia tristeza em seu rosto:
saudava a todos com cordialidade e um sorriso.
Levava seus pertences materiais
em duas bolsas de plástico.
Em meio a estes, sempre havia livros.
E não raro, presenteava a alguém com um deles:
o andarilho ofertava sabedoria.
Salamanca, outono de 2015,
David de Medeiros Leite
Lecciones de un andariego*
Para Armando Armero
Gustaba de la luna
-sin eclipse, advertía-.
Gustaba de los parques urbanos,
de las plazas,
de la buena conversación.
Discurría sobre batallas, conquistas,
ocupaciones y religiones.
Tenía predilección por la Historia ibérica.
Casi no hablaba de su vida.
Y cuando citaba alguna desventura
personal, lo hacía sin rastro de dolor.
No había tristeza en su rostro:
saludaba a todos con cordialidad y una sonrisa.
Llevaba sus pertenencias
en dos bolsas de plástico.
Dentro de ellas, siempre tenía libros,
y nada raro, regalaba a cada persona con uno de ellos:
el andariego ofrecía sabiduría.
- Tradução para o espanhol de Juan Ángel Torres Rechy
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