Manhãs como homem, de Maluz Maheros
manhãs têm nome de homem e medo de cão
atravessar o dia castanho sobre os zigue-zagues das tapeçarias
manhãs têm nome de homem e medo de água
comer os sinais escarlates do peito marulhoso
manhãs têm braços de homem e medo da solidão
as mãos quentes desmancham as pernas
manhãs têm gozo de homem e medo da tarde
alinhavar a carne com as pontas das unhas untadas
manhãs têm gosto de homem e gosto de medo
pelos aveludam a lambida, moinhos emaranham os cabelos
manhãs têm olhos de homem e medo de nada
Que belíssimo poema! Surreal!
Onde encontro livros da poeta?