Morre o escritor Bartolomeu Correia de Melo
Recebi mensagem de celular há pouco (23h30), enviada pela filha Ruth, informando do falecimento do escritor Bartolomeu Correia de Melo, um dos contistas mais originais e importantes do Rio Grande do Norte, irmão do poeta Paulo de Tarso Correia de Melo. O corpo está sendo velado no Centro de Velório Morada da Paz, da Rua São José, e o sepultamento ocorrerá neste domingo às 10 horas em Ceará Mirim.
T.C
Resumo biográfico copiado do site da UBE-RN – União Brasileira de Escritores (http://www.ubern.org.br/?page_id=869)
Nascido em Natal/RN (1945), criado no Ceará-Mirim (RN), terra de engenhos, cenário temático dos seus escritos. Educado por padres salesianos e irmãos maristas, dedicou-se ao magistério. Graduado em Farmácia (UFRN) e pós-graduado em Físico-Química (UFPE e USP). Adotou agropecuária (Fazenda Aliança) como segunda atividade e literatura como primeiro lazer. Aposentado (UFRPe e UFRN) como professor de Química.
Obteve com “Lugar de Estórias”, seu primeiro livro, o prêmio nacional “Joaquim Cardozo”(1997), da União Brasileira de Escritores (UBE). Seu segundo livro, “Estórias Quase Cruas” (2002) foi igualmente bem recebido. Publicou também a estória infantil “O Fantasma Bufão” (2004).
Recentemente (2010), teve lançados “Tempo de Estórias”, seu terceiro livro de contos e “A Roupa da Carimbamba”, segundo livro infantil, todos pelas “Edições Bagaço” (Recife).
Sou parente e amigo de seu pai.Não pude comparecer ao velório de Bartola, como aprendi a chamá-lo desde garoto.Durante a infância e toda a adolescência, ia muito à casa de seus avós, Gracilde e João de Melo.Eu, nessa época, era uma pessoa íntima da família, me considerava uma pessoa da casa.Daí essa amizade, que se estende a todos vocês: seu pai, seu tio Paulo e Geraldo, este bem mais novo.Sua
avó Gracilde, sábia mulher, foi uma mestra para mim.Recomendações a Verônica e Breno.
Um homem de bem foi estar com o Senhor.
Sou filha de Bartolomeu, gostaria de agradecer a todos que escreveram, todo esse carinho nos conforta e confirma o amor pelo grande homem que foi e sempre será em nossos corações o meu pai.
Obrigada por tudo pai.
viajo e quando retorno deparo com uma notícia dessa. uma perda grande numa terra onde os políticos e jornalistas, com suas histórias da carochinha e pra boi dormir, tomaram o lugar dos autênticos ficcionistas. vá em paz bartola.
Só agora soube da morte de Bartolomeu Correia de Melo.
Jarbas Martins disse o fundamental.
Conheci Bartola na Cooperativa Cultural. A última vez que encontrei com ele foi lá, onde estava exatamente à procura de livros seus para presentear dois caros amigos, a quem, como a vários outros, queria possibilitar o contato com a sua obra.
Não perdi a chance que a coincidência – a sorte – me ofertou, pedi seu autógrafo e desfrutei do bom humor e da boa conversa que agora lerei nas suas estórias.
É um domingo triste.
Bartlomeu para nós era o “Padrinho Bartola”. Tio da minha cunhada, nos encontrávamos com frequência nas festinhas de família. A última vez que o vi foi no hospital, duas semanas atrás. Com um bom-humor que chegou a me chocar, Bartola falou sobre suas muitas batalhas pela vida e sobre a morte. Para ele, algo tão natural e inevitável, que acabou rendendo uma série de piadas e gargalhadas entre os visitantes. O ambiente frio e cruel daquele hospital de repente ficou mais leve, graças ao seu humor inteligente e sua sábia maneira de encarar a própria fatalidade. Bartola era um sábio. E os sábios fazem falta.
temos tão poucos bons escritores por aqui que, quando se se vai um deles, nos resta lamentar.
Fui bem cedo (antes das 8 hs desta manhã) ao velório de Bartolomeu. Confesso que me bateu uma melancolia daquelas. Lembrei-me de quando conversava com Bartola na Cooperativa Cultural do Campus,na companhia de Jarbas Martins e outros. Era um excelente papo, uma grande figura,um homem de bem. O domingo começou muito triste.
Morre um dos mais expressivos nomes da nossa literatura.Como prosador era inimitável, sua prosa poética fluía,se sobrepondo inventivamente, deliciosamente, a quaisquer esquemas narrativos prèviamente traçados.Era como ouví-lo, sentado numa mesa tomando café, ou numa rede ou cadeira de balanço num alpendre. Os fatos, os temas, os assuntos tomando forma, à medida em que a conversa se esticava.Além de “Lugar de Estórias”, que obteve importante prêmio nacional, escreveu “A Roupa de Carimbamba” – um clássico da literatura infantil, baseado em histórias do nosso folclore, e que deveria ser adotado em nossas escolas.Sua mãe, Gracilde Correia de Melo,era parente de meu pai.Essa matriarca, brilhante inteligência, que amava Ceará-Mirim, e guardava doces lembranças dos sertões de Afonso Bezerra e Angicos, acolheu-me como um filho em sua casa e em seu grande coração..Nasci para a poesia, para a arte e para a literatura, ao lado Bartolomeu e seu irmão, o grande poeta Paulo de Tarso. Todos eles fazem parte da minha biografia, da minha história e geografia sentimental.”Resquiescat in pace”, velho Bartola.
Digo: H.P. Lovecraft.
Bartolomeu era um grande escritor. Sabia fazer a grande prosa. E não era um mero imitador de Lovercraft, como temos aos montes nos dias atuais. Era autêntico e meticuloso. Grande perda humana e literária! Saudades…
É com grande pesar que recebo essa triste noticia da tirana onça caetana. Bartola. Grande contador de causos e um grande amigo das letras e da UFRN
Foi meu professor de Quimica na Escola Técnica. Estive com ele ha poucos dias. Abraço sua esposa e amiga Veronica. Abraço o poeta Paulo de Tarso, seu irmão. A todos os familiares meus sentimentos
O Vale do Ceará Mirim ficará esmaecido e triste
Um grande escritor. Um grande causeur. Perdemos um grande sujeito e amigo
Triste. Meu amigo…