Pílulas para o Silêncio (Parte CIX)
Tudo que brilha sobre o manto da politicalha traz o lume de ouropéis de biltres.
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Noite alta, o verso cala sobre a mesa posta com livros mal dispostos. No canto, Fernando Pessoa me manda uma mensagem advinda do mar português: “Ó Poesia, quanto do teu mal são lágrimas deste venal?”
Deus à poesia deu o mar poético, mas nele é que afogou os maus eus-líricos.
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No tombadilho do navio-poema, a cena se repete: os homens ocos se lavam e se enxaguam com versos aguados… mal rompe a manhã.
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Toda cidade, todo estado, todo país… tem o poeta que merece.
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Na vileza da vida, o demônio é o que o menos nos castiga. Apenas, paciente, ele espera que o mal nos domestique.
clauderarcanjo@gmail.com
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