Pílulas para o Silêncio (Parte C)
Vivemos em um mundo ambíguo, as palavras não querem dizer nada, as ideias são cheques sem fundos, os valores carecem de valor, as pessoas são impenetráveis, os fatos, uma massa disforme de contradições, a verdade, uma quimera, e a realidade, um fenômeno tão difuso que é difícil distingui-la do sonho, da fantasia, da alucinação.
(Julio Ramón Ribeyro, em Prosas apátridas)
Pare!
Não, não! Na verdade, homem, caminhe. Sei, sei, eu sei que falei para parar. Mas, acredite, nunca leve um homem ao pé da letra. Releve, e eleve-me.
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Minha melhor ideia foi catada num capinzal por detrás do prédio da filosofia; lá, como resto das ideias, o lodo do tudo. Sem pretensão alguma, adubo do meu mundo.
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Aquele senhor é tão impenetrável que o apelidei de Metafísico da Linguística.
Os outros impenetráveis riram desbragadamente, nem se dando conta da notória semelhança.
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Cansado de tudo, aqui estou. No colo, a verdade em pó. Nas mãos, o espectro da realidade, em cacos. Na mente, uma mistura de alucinantes sonhos. Morri? Ou seria a vida tão somente esta alucinação?
clauderarcanjo@gmail.com
Amigo Clauder, sempre muito sábio e eloquente em seus escritos. Parabéns!
Caro Clauder,
merecido destaque.
Parabéns!
Abraços,
Tânia e Pedro.