“Por Cada Uma”, livro de poemas de Adélia, Iara, Isabella, Letícia e Marina, será lançado quarta-feira (30)
.
A Editora Una, com apoio institucional da Fundação José Augusto, lança no dia 30 de novembro (quarta-feira), no Sobradinho Creperia (R. Mipibu, 684 – Petrópolis), “Por Cada Uma”, coletânea de poemas de Adélia Danielli, Iara Carvalho, Isabella Maia, Letícia Torres e Marina Rabelo.
“Cinco vozes tecelãs abrigam-se nas páginas deste livro. Digo melhor: este livro abriga-se nestas vozes”, diz a editora e poeta Marize Castro na apresentação. “Cinco novas vozes femininas no papel Natal”, saúda a também poeta Diva Cunha, na orelha.
Abaixo, poemas da coletânea:
ADÉLIA DANIELLI
Não queria ser assim
ter esse legado de
labirintos profundos
queria ser amplo
deserto promissor
esperando apenas
a água e a flor
*********
IARA CARVALHO
UM JEITO
Antes dos trinta
pensei estaria pronta para as transcendências:
um corpo punhado ao meio,
dois tantos de paciência,
cachos de queixas penhorados na última briga de
amor.
Mas o dia me traz comprimidos,
poeira até nariz,
um suor carregado de tristeza
a poesia queimando sem conseguir nascer.
Outra seria se não desejasse apenas o natural?
**********
ISABELLA MAIA
Quando queime as pontes,
O sagrado se espalhou como pólen.
Penetrou flores intocáveis
(tulipa entre entulhos)
E pequenas rachaduras
Nos cacos de vidro dos muros.
Altiva, eu nada quis reter.
Quando o lodo secou
(crosta na pele)
A fauna noturna sugou minha seiva,
Meus anticorpos.
Censurada e seca, desaprendi a chorar.
Em cólera, perguntei:
Deus, por onde me espia
Para eu ultrapassar essa fresta?
*********
LETÍCIA TORRES
Toda rejeição é dúvida confirmada
Prende quando aparecia a saída
Deixa-me oferecida, aturdida, enganada
Mora num interminável domingo
Coloca a realidade em perigo
Mas é como em segredo espero ser amada
**********
MARINA RABELO
ORDINÁRIA
não quero esmeraldas
nem diamentes
meu fetiche é ser bruta
Comentários