Questi Sono I Miei Fiumi – II
Por Jarbas Martins
ad perpetuam rei memoriam então este rio potengy talvez não seja mais que uma memória azulcicratizações de gordas sombras e águas semoventes uma espada de mercúrio do flanco esquerdo da ponte de igapó à pedra do rosário atravessará o coração do rio mas isto se dará entre a vigésima quinta hora e a hora oficial da abolição dos mangues uma garça de petróleo estancará seu vôo sob a mira de um canhão de raio laser deste porto de miasmas zarpará o último cargueiro em busca de um país onde os peixes cegos riem aonde os peixes jamais irão
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Sobre viver o passado
jarbas,
o teu rio
também é meu
eu te chamo:
prometeu.
obrigado, nina. ninguém antes tinha falado da minha poesia (da qual não gosto muito) com tanta
sinceridade e pertinência. minto, há muito tempo, década de setenta, o poeta e crítico sebastião uchoa leite, através de cartas, apontou acertos equívocos no meu livro “contracanto”. foi igualmente sincero, mas a época era outra. a sua visão jovem, marcada pela consciência crítica e pelo conhecimento dos mistérios (sic) da arte poética, me traz um novo alento.
que fazer, camarada nina nin? talvez repetir antonio maria: ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de baudelaire.
beijos.
jarbas, querido, imagino que a formatação desse poema não seguiu à sua estética, mas veja: como as vezes os ‘erros’ cibernéticos nos caem bem. seu poema, assim em linha reta, ficou com um quê beatpóstudo (!) que, aos meus olhos neobarrosos, torna as palavras uma fonte de comunicação dirigida para diversos níveis, desempenhando um
papel que a poesia literária não poderia aparentemente realizar. um texto narrativo de que se vale para transmitir sua mensagem social e contra-ideológica.
amei. amei. em sua composição formal-estética e, claro e sobretudo, em seu conteúdo.
um beijo 🙂