Ser ou não ser arte
Goya: Maja desnuda
Patrício:
Quero lhe dar parabéns pela capacidade indagadora séria, que não se faz presente na maioria dos comentários sobre a performance de Pedro Costa. Gosto muito de vc indagar se aquilo é arte – e, indiretamente, o que é arte. Considero isso uma conquista, sim, de Pedro. É claro que compará-lo a Picasso e Lispector sempre será covardia porque são exemplos muito avançados de arte. A imensa maioria das pinturas ou gravuras mais convencionais que vemos em galerias e museus também não atingem o nível de Picasso e Lispector.
Vi o video. Penso que um trabalho como o de Costa coloca o espectador diante de poéticas visuais diferentes das artes visuais clássicas. Não se trata de ignorar Goya, Man Ray nem Ernst mas de pensar sobre o que são aquelas poéticas pós-pop (pós-Dadá, pós-Construtivismo).
Não julgo o trabalho nenhuma obra-prima mas o que vc falou é muito importante: ele consegue mobilizar a opinião em torno de perguntas sobre o que é e o que não é arte. E isso é uma conquista para a sensibilidade e o pensamento.
Abraços:
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