Três textos poéticos de Charles M. Phelan
POEMA SEM NOME
“Há certas tristezas que lhe tiram a vida – em vida… aos poucos e aos muitos… lhe tiram alegrias e substituem por algo lúgubre e ruim, toda esperança tida …
Que se reclame amor algum que voluntário não venha…pois nem lampejo de inspiração , nem brasa que queima, permanecem acesas a vida inteira…
Que daqui se vá, mesmo a contragosto, do costume imposto, aquilo que mal faz- sofrendo, tolo e inquieto, e mesmo o incerto no inumano pranto do meu rosto exposto jamais há de se ler, em Cripta ou Recoleta – ‘aqui jaz, um louco sem fé…”
EU SÓ QUERIA….
“…Eu só queria te amar
Tanto quanto do amor existir
Que fenda alguma há de permitir
Meu sopro cessar …
Eu so Queria te abraçar e levemente roçar contra o teu rosto, extraindo teu gosto para me inundar…..
Eu so queria seu corpo encostado no meu, como se fosse eu seu ultimo abrigo…..
Eu só queria sua entrega , simetrica como a minha ….
e que fosse eu seu derradeiro destino ….
Até meu último deitar….”
QUANDO HIBERNA O POETA
“Um poeta pode escrever inspirado pelo amor ou pela tristeza … Mas sempre o faz sobre o que lhe interessa… E apenas o faz porque lhe interessa, e sem o seu interesse, a caneta fraqueja, o coração hiberna, sístole e diástole são afetadas , a respiração quase cessa , o metabolismo de amante diminui, e a frieza do inverno amoroso traz a escassez da inspiração , e o poeta passa a consumir o mínimo de sua gordura criativa, caem a freqüência cardíaca e respiratória … e a consciência de seu desejo é colocada para o descanso … até que outra primavera amorosa desperte outros interesses… e acorde o poeta… “
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