Várzea do Barro
Curtido em refratário forno
o barro da várzea ganha forma
e brilha em mesas e telhados
deixando pra trás cinzas da lenha.
Enquanto as modelagens do fígulo
passeiam por sobre toalhas distantes
– e cobrem alterosas cumeeiras -,
suas mãos seguem amassando argila
entre fagulhas de calor e a calmaria do lugar.
Várzea do Barro,
encravada no recôncavo do Seridó,
sem alardes, espalha tijolos, telhas e louças…
E a mansidão ali vivida
somente é alterada quando
algum vento tempestuoso e repentino
resolve redemoinhar a poeira,
saudando o oleiro em sua volta à casa.
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Mudando para pior
Poeta Webston Moura; agradeço seu gentil comentário…
Abraços
Gosto dessas suas memórias, poeta! Há um aroma de sertão na sua palavra. E olha que ela já cruzou o oceano e foi falar de outras terras. Uma poesia simples, não simplória, pois que a sua alma é larga! Abraços!
Lívio e Anchieta, obrigado…
Abraços
David
David, que beleza de poema. O interessante, é que desde que comecei a fazer uns estudos com argila, tenho lido uns poemas relacionados às artes escultóricas. Primeiro, um belo poema de Lívio ” Os veios da madeira” e agora esse seu. Isso é pura energia positiva no ar…Massa!!!
Belo! Belo!